segunda-feira, outubro 30, 2006

Marcas que cuentan

Marcas com pó foram feitas no piso com a intenção de insinuar os lugares onde se encontravam móveis de um acolhedor ambiente familiar. As formas no piso ficaram como ficam quando deslocamos os móveis da nossa casa e percebemos a sujeira depositada embaixo. A sujeira, o pó, preserva a forma exata do móvel que se encontrava ali.

Para o piso e as paredes foi utilizado o pó de cimento. As marcas foram feitas de acordo com móveis de dimensões comuns, como estante para livros, caixas de som, sofá, poltronas, etc.

As paredes foram manchadas com essa cor acinzentada, ressaltando as formas de supostos quadros e fotos que se encontravam pendurados nelas. Diferentes formas, tamanhos e intensidade das manchas destacam as marcadas paredes que ainda carregam sua história, marcadas pelo tempo, de momentos vividos.

Um espaço recém esvaziado, onde ainda se sente a presença humana.

Marcas con polvo fueron hechas en el piso con la intención de sugerir los lugares donde se encontraban muebles de un acogedor living familiar. Las formas en el piso se quedaron como se quedan cuando desplazamos los muebles en nuestra casa y percibimos la suciedad depositada abajo. La suciedad preserva la forma exacta del mueble que se encontraba allí.

Para el piso y las paredes fue utilizado el polvo de cemento. Marcas fueron hechas de acuerdo con muebles de dimensiones comunes, como estante para libros, altoparlantes, sillón, poltronas, etc.

Las paredes fueron manchadas con este color gris, resaltando las formas de supuestos cuadros y fotos que se encontraban colgados en ellas. Distintas formas, tamaños e intensidad de las manchas destacan las marcadas paredes que todavía cargan su historia, marcadas por el tiempo, de momentos vividos.

Un espacio recién vaciado, donde todavía se siente la presencia humana.








A exposição Marcas que cuentan está no espaço Baltar Contemporáneo até dia 3 de novembro (Puerto Gallego, Centro Comercial del Puerto, local 18), em Mar del Plata, Argentina.

terça-feira, outubro 24, 2006

Making of

Imagens da montagem da exposição Marcas que cuentan, realizada na última semana no espaço Baltar Contemporáneo, em Mar del Plata, Argentina.

Demarcação com fita adesiva de papel.

Material: cimento, só cimento. A poeira perfeita.

Toque final com a flanela. Tempo total de montagem: 13 horas.

Em breve imagens oficiais da instalação e um relato da experiência.

* É muito importante usar touca, óculos e máscara dupla de proteção quando se trabalha com cimento. Quem avisa amigo é!

quarta-feira, outubro 18, 2006

Espectros em Rosario

Fui selecionada para participar da 2ª Semana da Arte de Rosário em setembro deste ano. Primeira exposição na Argentina, primeira vez em que não represento meu país. Foi um choque. Acho que ainda não tinha caído a ficha de que eu estava residindo e trabalhando fora do Brasil e que representaria a cidade onde vivo atualmente.

No fim-de-semana anterior à inauguração do evento eu estava em Rosario para realizar a montagem de duas intervenções urbanas, duas reproduções dos balanços encontrados nas praças da cidade (que curiosamente são todos iguais). Um foi instalado na Plaza Guernica e o outro na Plaza San Martin. No domingo comprei o principal jornal da cidade, o La Capital, porque tinha um suplemento especial sobre a 2SAR06, e lá estava uma foto de uma intervenção urbana que fiz em Porto Alegre, em 2003, e a descrição dos trabalhos apresentados em Rosario com meu nome e entre parênteses “Buenos Aires”. Como assim, Buenos Aires? E em lentos milésimos de segundo, caiu a ficha.



Foi uma excelente primeira experiência.

* Esta semana eu vou para Mar del Plata, rumo à minha segunda exposição na Argentina e primeira individual: “Marcas que cuentan”. Na volta contarei tudo!

terça-feira, outubro 10, 2006

Casa Foa

Casa Foa é um evento que acontece todos os anos em Buenos Aires, em que a Foa arrecada fundos para sua instituição convidando designers, arquitetos, decoradores e paisagistas para trabalhar nos ambientes de um prédio - geralmente monumentos históricos - com suas criações.

Este ano a Casa Foa ocupou a antiga fábrica de biscoitos Canale, que se chama Palácio Lezama. E o que vi lá foi uma grande exposição de design* de vanguarda com objetos decorativos, móveis e coisas muito loucas, eu diria que quase impossíveis de ter na sua própria casa.

Depois de alguns dias digerindo o que tinha visto lá, me dei conta que meus olhos já estão educados para ver arte contemporânea, mas não estão preparados para uma exposição de design de vanguarda.

Eu já estava acostumada com as exposições de arquitetura e design da Casa Cor e Casa & Cia de Porto Alegre, que são mais habituais aos olhos. Os ambientes são capazes de dar idéias bacanas para adaptar e aplicar na nossa casa, nada muito fora do usual, do comum, do esperado. Tendo sempre em mente o conceito de design: concepção, elaboração e definição de algo voltado a uma determinada função, eu disse função. Mas muito do que tinha lá não era nada fácil ou cômodo de usar.

Confesso que saí da Casa Foa um pouco indignada, pensando na impossibilidade de imaginar aquelas coisas enormes e diferentes na minha casa, só se eu morasse num palácio ou num loft gigantesco tudo aquilo caberia dentro, e ainda ia precisar de uma ajudinha extra para trocar uma lâmpada ou pegar uma roupa da última prateleira de um armário com mais de 3 metros de altura. Mas o design mostrado lá é de vanguarda, experimental.

Será que eu deveria voltar lá depois de me dar conta disso tudo? Vamos ver, eu ainda tenho uns 40 dias pra visitar a mostra. Se conseguir ir, volto aqui com novas impressões.

*Quando digo design me refiro ao design de produto.

terça-feira, outubro 03, 2006

Rosa Chancho

Em abril deste ano fui selecionada para participar de um programa da Fundación Telefónica chamado Intercampos, para freqüentar um atelier teórico-prático de análise e desenvolvimento de projetos. Eram 24 vagas, éramos 31 artistas – sendo que havia 2 duplas + grupo de 6 integrantes, o Rosa Chancho. Grupo esse formado por uma gurizada, artistas muito novos e em fase de amadurecimento, como artistas e como grupo também.

E quando começaram as apresentações, pude perceber o nível de seriedade dos artistas argentinos. Politicamente engajados, com projetos mais dentro do campo social do que do visual, com uma vontade muito forte de provocar mudanças no sistema das artes. E o grupo Rosa Chancho demonstrou estar tão mais envolvido quanto os artistas mais experientes (ou mais velhos).

Seu projeto: criar uma galeria que comece da janela de uma fachada e termine na rua em frente – podendo desdobrar-se pelos arredores. A galeria foi inaugurada assim, com sua fachada, a janela-vitrine, a calçada da frente e parte da rua pintadas de branco. Intenção: expulsar o cubo branco do espaço interno da galeria.


Desde então, artistas vêm intervindo neste espaço de várias formas. E a proposta é que cada artista novo que chega deve trabalhar em cima da obra anterior, sem retirar nada. Portanto, a obra do primeiro artista está presente na do segundo e a do primeiro e do segundo na do terceiro, e assim vai. Obras em transformação contínua.

Orilo Blandini (Argentina) – Segunda intervenção na galeria Rosa Chancho. O sangue do boneco se estendia pelo espaço da galeria na calçada e percorria um caminho de 100 metros no qual o espectador devia guiar-se até completar a obra. No final do caminho, o espectador se deparava com um outdoor sobre um edifício da Av. Córdoba, em Buenos Aires. E lá estava escrito: SOLO le temo a la MUERTE.

segunda-feira, outubro 02, 2006

A Arte encontra seu lugar - parte 2

Mais imagens das intervenções realizadas no campus universitário da UNESC, em 2004.

“A Arte encontra seu lugar – Banco”, 2004, tule, 0,90 x 1,80 x 0,60m. UNESC, Criciúma, Brasil.

“A Arte encontra seu lugar – Luminária”, 2004, tule e arame, 0,50 x 2,10 x 0,50m. UNESC, Criciúma, Brasil.