Grupo de Arte Callejero Periferia
As artistas argentinas Virginia Corda, Maria Paula Doberti e Laura Kuperman integram este grupo que realiza intervenções artísticas pelas ruas de Buenos Aires. O grupo se formou em 2002, e, desde então, apresenta ao público portenho uma nova percepção sobre sua capital, trabalhando com a História da Argentina, suas lutas, suas falhas, sua memória.
Acompanhei duas ações do grupo este ano, e na última participei como apoio e registrei com fotos para apresentar o trabalho aqui. A intervenção foi realizada com cartazes e stencil desde a esquina das ruas Tucumán e Libertad (onde está o monumento do Juan Lavalle, coronel que mandou matar o governador de Buenos Aires Manuel Dorrego) até a esquina das ruas Viamonte e Suipacha (monumento do Manuel Dorrego), percorrendo e marcando as quatro quadras que separam os dois monumentos.
Abaixo transcrevo o texto distribuído em formato de folheto no dia da ação:
“Dorrego vs Lavalle”
A História Argentina parece ciclicamente girar sobre lutas, traições e mortes. Os fuzilamentos se repetem em diversos momentos e por causas distintas. Como se justifica uma execução? Por que convivemos com os disparos impunes? A geografia paradoxal da cidade de Buenos Aires fez com que os monumentos do Manuel Dorrego e do Juan Lavalle se encontrem a escassas quatro quadras de distância. Ali, no meio de uma urbe convulsionada e fervente de imediatez, Manuel e Juan parecem manter uma subterrânea e eterna rixa. Estão tão perto que, metaforicamente, quase parecem sentir a pólvora que matou ambos. A discussão histórica se sustenta interminável.
O grupo de arte urbana Periferia propõe revisar as tensões de seu enfrentamento, para tentar compreender disputas conservadas que ainda hoje discutimos. Convidamos a deambular entre todos esta corda simbólica, que tenciona a história e mantém instável a problemática de nossa memória.
a participação é a ferramenta de ação da Memória que preserva a Identidade
Corda – Doberti – Kuperman
*Tradução livre de Laura Cogo
Acompanhei duas ações do grupo este ano, e na última participei como apoio e registrei com fotos para apresentar o trabalho aqui. A intervenção foi realizada com cartazes e stencil desde a esquina das ruas Tucumán e Libertad (onde está o monumento do Juan Lavalle, coronel que mandou matar o governador de Buenos Aires Manuel Dorrego) até a esquina das ruas Viamonte e Suipacha (monumento do Manuel Dorrego), percorrendo e marcando as quatro quadras que separam os dois monumentos.
Abaixo transcrevo o texto distribuído em formato de folheto no dia da ação:
“Dorrego vs Lavalle”
A História Argentina parece ciclicamente girar sobre lutas, traições e mortes. Os fuzilamentos se repetem em diversos momentos e por causas distintas. Como se justifica uma execução? Por que convivemos com os disparos impunes? A geografia paradoxal da cidade de Buenos Aires fez com que os monumentos do Manuel Dorrego e do Juan Lavalle se encontrem a escassas quatro quadras de distância. Ali, no meio de uma urbe convulsionada e fervente de imediatez, Manuel e Juan parecem manter uma subterrânea e eterna rixa. Estão tão perto que, metaforicamente, quase parecem sentir a pólvora que matou ambos. A discussão histórica se sustenta interminável.
O grupo de arte urbana Periferia propõe revisar as tensões de seu enfrentamento, para tentar compreender disputas conservadas que ainda hoje discutimos. Convidamos a deambular entre todos esta corda simbólica, que tenciona a história e mantém instável a problemática de nossa memória.
a participação é a ferramenta de ação da Memória que preserva a Identidade
Corda – Doberti – Kuperman
*Tradução livre de Laura Cogo
2 Comments:
Que louco. Tô lendo um livro que fala sobre esse Lavalle.
Sei que vai parecer estranho, mas eu só vi o seu comentário no meu blog hoje! Fiquei muito feliz, feliz mesmo, ao ver, naquele post, o comentário da própria artista que o inspirou.Vi a instalação Mobiliário de museu no Itaú Cultural, mais tarde eu pensaria em questões como a relação que estabelecemos com a utilidade das coisas, a permanência... Mas,na quela hora...Dias antes de eu ir à exposição, uma pessoa estava tentando me explicar coisas complicadas e, ao invés de esclarecer logo se gostava ou não de mim disse apenas: "É assim:eu posso contemplar, mas não posso tocar, você entende?" Sabia que ele tinha namorada, mas não sei se entendi até hoje. E foi por essa lembrança que no meio de tantos, aqueles móveis de tule me fizeram parar. Eu sei que todo esse papo parece ainda mais estranho, mas, acho que fiquei tão feliz com a possibilidade do meu post ter te tocado que senti necessidade de contar como sua obra me tocou.
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