Grupo de Arte Callejero Periferia
Acompanhei duas ações do grupo este ano, e na última participei como apoio e registrei com fotos para apresentar o trabalho aqui. A intervenção foi realizada com cartazes e stencil desde a esquina das ruas Tucumán e Libertad (onde está o monumento do Juan Lavalle, coronel que mandou matar o governador de Buenos Aires Manuel Dorrego) até a esquina das ruas Viamonte e Suipacha (monumento do Manuel Dorrego), percorrendo e marcando as quatro quadras que separam os dois monumentos.
Abaixo transcrevo o texto distribuído em formato de folheto no dia da ação:
“Dorrego vs Lavalle”
A História Argentina parece ciclicamente girar sobre lutas, traições e mortes. Os fuzilamentos se repetem em diversos momentos e por causas distintas. Como se justifica uma execução? Por que convivemos com os disparos impunes? A geografia paradoxal da cidade de Buenos Aires fez com que os monumentos do Manuel Dorrego e do Juan Lavalle se encontrem a escassas quatro quadras de distância. Ali, no meio de uma urbe convulsionada e fervente de imediatez, Manuel e Juan parecem manter uma subterrânea e eterna rixa. Estão tão perto que, metaforicamente, quase parecem sentir a pólvora que matou ambos. A discussão histórica se sustenta interminável.
O grupo de arte urbana Periferia propõe revisar as tensões de seu enfrentamento, para tentar compreender disputas conservadas que ainda hoje discutimos. Convidamos a deambular entre todos esta corda simbólica, que tenciona a história e mantém instável a problemática de nossa memória.
a participação é a ferramenta de ação da Memória que preserva a Identidade
Corda – Doberti – Kuperman
*Tradução livre de Laura Cogo