My Kid Could Paint That
Assisti ao documentário esses tempos e foi aí, então, que conheci toda a história dessa pequena artista. Há tempos que minhas opiniões com relação à arte não oscilavam tanto. Passei por momentos de indignação, de compreensão, de tristeza, de dúvida.
Claro que o fator de maior importância nessa história toda é a idade da menina, e não a qualidade da sua pintura, ou sua consciência como artista. E essa última, acredito ser a maior questão de todas: É artista aquele que não se considera um artista? É arte aquilo que é realizado sem compromisso com a arte?
Podemos considerar arte tudo aquilo que nos parece ser arte. Todos podemos definir para nós mesmos o que é arte e contrariar os demais. Mas estaremos respeitando aquele que produziu suposta “obra”? Nem todos querem ser artistas, nem tudo que é produto de uma criação é arte. Devemos rever nossos conceitos, não os que aparecem nos livros, mas aqueles que nós entendemos e acreditamos serem verdadeiros, os mais genuínos.
Todas as áreas devem ser respeitadas, assim como todos seus profissionais e especialistas. Por que na arte pode tudo? Por que não considerar os limites e critérios empregados? Por que esse carnaval, esse oba-oba? Essa falta de seriedade?
Arte é trabalho, é meu trabalho. Arte é fundamental para a vida do ser humano, para sua alma, para seu pensamento, para sua satisfação intelectual. E por isso deve ser tão respeitada quanto as demais áreas do conhecimento.
Não sei até onde acredito na ingenuidade dos pais de Marla Olmstead. Sua vontade de ganhar fama e alguns milhares de dólares, com certeza, falou mais alto do que preservar a liberdade dessa criança que passou a ser constantemente estimulada a pintar. Já não era mais brincadeira e a demanda era grande.
Suas pinturas seguem à venda pela Internet.