A Arte encontra seu lugar
Uma experiência específica
As pessoas se contentam com a praticidade das coisas do dia-a-dia. O olhar crítico sobre a cidade desapareceu, principalmente, dentro da principal área responsável: a arquitetura.
Cheguei a esta conclusão após realizar uma palestra para o curso de Arquitetura e Urbanismo da UNESC, em Criciúma. Apresentei meu trabalho para alunos e professores, questionando profissionais e futuros profissionais da área sobre as questões trabalhadas por minha produção artística, pelos temas que ela aborda e propondo questões quanto a sua relevância para promover uma discussão neste momento. As respostas foram muito claras. Os arquitetos declararam que o que houve com a estética das cidades foi uma conseqüência da atitude acomodada dos governos, que passaram a aprovar somente projetos que não demandam muitos recursos e tempo de execução. O investimento está na praticidade das construções e em seu poder de permanência, durabilidade e estabilidade, e o cuidado com a estética, com a co-relação entre as construções arquitetônicas, foi totalmente esquecido e mesmo descartado.
Resultado disso são essas paisagens cinzentas, pesadas, maciças de blocos sufocantes.
E após o debate, provocado pela experiência visual de Espectros, constatou-se que o que poderia vir a ser feito seria trabalhar os projetos arquitetônicos como construções site specific, passando a adotar o conceito e tudo que ele exige, empregando todas as suas características nas construções.
Esperar pra ver? Não devemos esperar por ninguém.
“A Arte encontra seu lugar – Lixo seco / Lixo orgânico”, 2004, tule e arame, 0,54 x 1,50 x 0,54m. UNESC, Criciúma, Brasil.
“A Arte encontra seu lugar – Cascão”, 2004, tule e arame, 1,40 x 1,70 x 2,60m. UNESC, Criciúma, Brasil.