Appetite pelo trash
"O apetite é o desejo de comer alimento, fome sentida. O apetite existe em todas as formas de vida, e serve para regular a entrada adequada de energia necessária para manter o metabolismo. É regulado por uma interação próxima entre o aparelho digestivo, tecido adiposo e o cérebro. A diminuição do desejo de comida é denominada anorexia, enquanto polifagia é o aumento da vontade de comer. A desregulação do apetite contribui para a anorexia nervosa, bulimia nervosa, cachexia, comer demais, e comer até fartar-se (por desordem psicológica)." (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)
Se a intenção de nomear uma galeria de arte de “Appetite” foi a de provocar a “fome” pela arte, a vontade de “devorar” arte, “consumir” arte, eu escolho ser anoréxica.
Appetite, galeria comandada pela artista Daniela Luna, traduz com louvor o estilo trash que vem sendo adotado pelos jovens artistas na Argentina. Considerando que a utilização de materiais não convencionais na arte começou lá na arte povera (ou arte pobre) com a intenção de estreitar o espaço entre arte e vida (e muito mais que esta simples definição), isso há 40 anos atrás. Os artistas daqui têm produzido muitas obras com materiais recicláveis, da natureza (inclusive animais de verdade – vivos ou empalhados), comida, materiais mais econômicos (baratos, de má qualidade) e apresentado como lixo. Pelo menos é essa a impressão que dá.
E quem tem vontade de consumir essa arte?
Abusam do nome de grandes artistas como Tom Friedman (mencionado no post anterior), o utilizando como referência, como alguém a seguir. Mas a única conexão entre sua obra e as obras que tenho visto por aqui é a adoção destes materiais ordinários, utilizados por eles (artistas argentinos), inconscientemente ou não, com o sentido pejorativo da palavra.
Tom Friedman usa com maestria materiais como chiclete mascado, pêlos, sabonete, palito de dente, compondo objetos de arte sem aparência trash, ele os trabalha e os apresenta como obra de arte e não como lixo, se o espectador não lê a legenda não é possível saber de que material a obra é feita, e mesmo assim sua expressão está explícita. Lixo estes materiais já são por si só, e o que, então, estes artistas agregam a eles? Nada.
Se a intenção de nomear uma galeria de arte de “Appetite” foi a de provocar a “fome” pela arte, a vontade de “devorar” arte, “consumir” arte, eu escolho ser anoréxica.
Appetite, galeria comandada pela artista Daniela Luna, traduz com louvor o estilo trash que vem sendo adotado pelos jovens artistas na Argentina. Considerando que a utilização de materiais não convencionais na arte começou lá na arte povera (ou arte pobre) com a intenção de estreitar o espaço entre arte e vida (e muito mais que esta simples definição), isso há 40 anos atrás. Os artistas daqui têm produzido muitas obras com materiais recicláveis, da natureza (inclusive animais de verdade – vivos ou empalhados), comida, materiais mais econômicos (baratos, de má qualidade) e apresentado como lixo. Pelo menos é essa a impressão que dá.
E quem tem vontade de consumir essa arte?
Abusam do nome de grandes artistas como Tom Friedman (mencionado no post anterior), o utilizando como referência, como alguém a seguir. Mas a única conexão entre sua obra e as obras que tenho visto por aqui é a adoção destes materiais ordinários, utilizados por eles (artistas argentinos), inconscientemente ou não, com o sentido pejorativo da palavra.
Tom Friedman usa com maestria materiais como chiclete mascado, pêlos, sabonete, palito de dente, compondo objetos de arte sem aparência trash, ele os trabalha e os apresenta como obra de arte e não como lixo, se o espectador não lê a legenda não é possível saber de que material a obra é feita, e mesmo assim sua expressão está explícita. Lixo estes materiais já são por si só, e o que, então, estes artistas agregam a eles? Nada.
A galeria Appetite adota o trash como conceito para inovar e libertar a arte. Não há uma preocupação por parte da galerista, nem dos artistas de apresentar as obras* num espaço em que cada uma possa ter sua autonomia, possa ser vista como única, separada desse contexto catastrófico, criado por elas mesmas. A intervenção é forçada e imposta. E isso é possível perceber desde os espaços virtuais da galeria, passando pelos stands do arteBA, pelas salas do Estudio Abierto, até seu espaço oficial.
O sucesso está naquele que alcança criar com qualquer material e expor em qualquer espaço sem se anular. Evitando causar uma tremenda dor de barriga naqueles que estão dispostos a digerir sua arte.
*Gostaria de esclarecer que nem todas as obras destes artistas se inserem na definição de arte trash, é possível encontrar trabalhos pertinentes e consideráveis, o problema está na instabilidade que os derruba.
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