Appetite pelo trash
Se a intenção de nomear uma galeria de arte de “Appetite” foi a de provocar a “fome” pela arte, a vontade de “devorar” arte, “consumir” arte, eu escolho ser anoréxica.
Appetite, galeria comandada pela artista Daniela Luna, traduz com louvor o estilo trash que vem sendo adotado pelos jovens artistas na Argentina. Considerando que a utilização de materiais não convencionais na arte começou lá na arte povera (ou arte pobre) com a intenção de estreitar o espaço entre arte e vida (e muito mais que esta simples definição), isso há 40 anos atrás. Os artistas daqui têm produzido muitas obras com materiais recicláveis, da natureza (inclusive animais de verdade – vivos ou empalhados), comida, materiais mais econômicos (baratos, de má qualidade) e apresentado como lixo. Pelo menos é essa a impressão que dá.
E quem tem vontade de consumir essa arte?
 Abusam do nome de grandes artistas como Tom Friedman (mencionado no post anterior), o utilizando como referência, como alguém a seguir. Mas a única conexão entre sua obra e as obras que tenho visto por aqui é a adoção destes materiais ordinários, utilizados por eles (artistas argentinos), inconscientemente ou não, com o sentido pejorativo da palavra.
Abusam do nome de grandes artistas como Tom Friedman (mencionado no post anterior), o utilizando como referência, como alguém a seguir. Mas a única conexão entre sua obra e as obras que tenho visto por aqui é a adoção destes materiais ordinários, utilizados por eles (artistas argentinos), inconscientemente ou não, com o sentido pejorativo da palavra.Tom Friedman usa com maestria materiais como chiclete mascado,
 pêlos, sabonete, palito de dente, compondo objetos de arte sem aparência trash, ele os trabalha e os apresenta como obra de arte e não como lixo, se o espectador não lê a legenda não é possível saber de que material a obra é feita, e mesmo assim sua expressão está explícita. Lixo estes materiais já são por si só, e o que, então, estes artistas agregam a eles? Nada.
pêlos, sabonete, palito de dente, compondo objetos de arte sem aparência trash, ele os trabalha e os apresenta como obra de arte e não como lixo, se o espectador não lê a legenda não é possível saber de que material a obra é feita, e mesmo assim sua expressão está explícita. Lixo estes materiais já são por si só, e o que, então, estes artistas agregam a eles? Nada.
 A galeria Appetite adota o trash como conceito para inovar e libertar a arte. Não há uma preocupação por parte da galerista, nem dos artistas de apresentar as obras* num espaço em que cada uma possa ter sua autonomia, possa ser vista como única, separada desse contexto catastrófico, criado por elas mesmas. A intervenção é forçada e imposta. E isso é possível perceber desde os espaços virtuais da galeria, passando pelos stands do arteBA, pelas salas do Estudio Abierto, até seu espaço oficial.
A galeria Appetite adota o trash como conceito para inovar e libertar a arte. Não há uma preocupação por parte da galerista, nem dos artistas de apresentar as obras* num espaço em que cada uma possa ter sua autonomia, possa ser vista como única, separada desse contexto catastrófico, criado por elas mesmas. A intervenção é forçada e imposta. E isso é possível perceber desde os espaços virtuais da galeria, passando pelos stands do arteBA, pelas salas do Estudio Abierto, até seu espaço oficial.O sucesso está naquele que alcança criar com qualquer material e expor em qualquer espaço sem se anular. Evitando causar uma tremenda dor de barriga naqueles que estão dispostos a digerir sua arte.
*Gostaria de esclarecer que nem todas as obras destes artistas se inserem na definição de arte trash, é possível encontrar trabalhos pertinentes e consideráveis, o problema está na instabilidade que os derruba.
    



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